segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Life Coach - Vol. II

Se há página de humor que sigo religiosamente é a do Gustavo Santos. Quando vejo as coisas que o Gustavo escreve, tenho sempre a sensação que estou perante um gajo que por ter lido a Tabuada do Ratinho acha que percebe de Álgebra de Linear. Só que com letras. O que é equivalente a alguém ler um livro da Margarida Rebelo Pinto e, só por isso, achar que sabe escrever como o Murakami. Se tudo fosse assim tão fácil, todos tocaríamos viola como a Mafalda Veiga, mas a verdade é que a música não se pode reduzir a dois acordes.
Quando olho para as frases do Gustavo - aquelas mãos cheias de nada - fico com a ideia que ele transforma uma frase feita, num poema apaneleirado por palavras difíceis que aprendeu ao abrir o Dicionário da Porto Editora em páginas ao acaso. 
Até que, no Sábado, acordei e pensei para comigo: durante um dia vou seguir os conselhos do Gugu!
Levantei-me da cama, liguei o computador, e abri a página do Gustavo, onde li o seguinte: 

Se te pedirem para fazer alguma coisa com a qual não te identificas, diz "NÃO"!
Se te convidarem para ir a algum lado e não te apetecer, diz "NÃO"!
Se te obrigarem a dizer alguma coisa na qual não acreditas, diz "NÃO"!
Se te exigirem o que não és e o que não gostas, diz "NÃO"!
Se te tentarem convencer a comer ou a fazer o que não queres, diz "NÃO"!
E depois vê lá se a tua vida não se torna mais positiva!
No dia em que decidires ser dono de ti, acabam-se as concessões de uma vez por todas.
Bom dia!

Segui os seus conselhos, ponto por ponto, e basicamente o meu Sábado foi assim:

- Tinha um email do meu Director Geral a pedir para lhe tratar de um assunto com o qual não me identifico, e respondi-lhe apenas "NÃO!" 
- Uma rapariga num Bar perguntou-me se eu queria ir até casa dela barrar-lhe as virilhas com Nutella e brincar aos caniches com fome, e eu disse-lhe "NÃO!" que a música estava boa no Bar.
- A meio da Missa no Sábado à tarde, quando o padre disse "Oremos", desatei a correr pela Igreja fora a gritar "NÃÃÃÃÃÃOOO!"
- A mesma miúda do Bar voltou a insistir para que fosse a casa dela. Prometeu vestir-se de cabedal e deixar-me dar-lhe chicotadas nas costas enquanto lhe chamava "Júlia Pinheiro" e eu disse-lhe que "NÃO!", que não gostava dessas coisas do bondage.
- Tive um jantar de família no qual comecei a gritar "NÃO!" feito parvo quando me meteram feijão verde no prato. 

Sabes no que deu, Gustavo? Deu merda. Fui despedido, dormi sozinho no fim de semana, a minha avó diz que nunca mais me quer como companhia para ir à Missa (nem a lado nenhum), e no jantar de família meteram-me um babete e uma chucha ao pescoço. Logo a resposta é "NÃO!", a minha vida não se tornou mais positiva.

Bom dia para ti também.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

11 de Setembro

11 de Setembro. 
Uma data que será sempre lembrada por causa dos atentados. Seja pelos do World Trade Center, seja por ser a data em que o atentado de Seleccionador Nacional que nós tínhamos foi finalmente enviado para a real meretriz que o deu à luz. Não sei se viram o jogo com a Albânia, mas foi uma experiência semelhante a enfardar uma caixa de Prozac enquanto se ouve um CD de Sigur Rós. 
Hoje foi também o dia em que o Oscar Pistorius foi ilibado de acusações relativas ao homicídio da ex-namorada. Sempre que penso neste gajo, lembro-me daquela piada de "a relação deles não ter pernas para andar". Mas também dou sempre comigo a pensar que não gostaria nada de andar a distribuir pizzas na zona de residência do Oscar. Qualquer gajo que toque à campaínha para lhe entregar uma Barbecue, está sujeito a ficar com os dentes chumbados.
É também hoje o dia em que finalmente deve ter passado a ressaca àquelas gajas de Erasmus que andaram a fazer striptease nos jardins da AAC na terça-feira à noite. Estudei quatro anos em Coimbra (3 + 1 de opção), e nunca tive o privilégio de ver por lá umas mamas a badalar. No meio da rua, claro. Em recintos fechados vi para cima de doze. Pares. 
Miúdas que vêm lá da casa do caraças mais velho, apanham-se com calor, packs de 7 finos a 5€, e umas colunas a passarem o "You can leave your hat on" do Joe Cocker, e estavam à espera do quê? Que elas se virassem para Meca e começassem a rezar? Ou que fizessem uma campanha de Free Hugs? Só se fosse com a patareca. 

- Knock Knock!
- Who's there?
- Mr. Pistorius, Telepizza!
CABUM!