sábado, 13 de dezembro de 2014

Campanha Agressiva contra Pessoas que Viajam Muito

Nas últimas semanas tenho reflectido sobre algo que me irrita bastante: o facto de existirem muitas pessoas que vivem acima das possibilidades. Não das delas, mas das minhas. Pessoas que ao longo do ano viajam para o estrangeiro, em lazer, mais do que uma vez, e que depois vêm para as redes sociais partilhar fotos para meter nojo a quem trabalha, ou a quem não tem disponibilidade financeira para viajar. 
Lembram-se daquela campanha agressiva que se fez durante o Verão contra o abandono dos animais? Devíamos fazer uma semelhante, mas direccionada para estas pessoas sem sentimentos. Algo do género:

"Com que então a viajar, han? Seu merdas!!! A publicar fotos nas redes sociais para meter nojo a quem trabalha e a quem não tem possibilidade de laurear a pevide como tu, meu rançoso ou minha pêga. Espero que o avião de volta se esbardalhe contra uma montanha, de tal forma que fiques com uma hospedeira entalada no cu, e que a porra do avião arda todo ao ponto de só te conseguirem identificar pelos dentes, meu seboso!"

E digo-vos mais: relativamente à greve da TAP no fim de ano, é uma pena que sejam só quatro dias. Devia ser um mês inteiro ou dois, que era para essa gentinha só voltar a pôr os chispes em Portugal quando já não lhes passasse pela cabeça voltar a viajar novamente. E espero que o voo de ida também se atrase e que passem a passagem de ano no aeroporto. No meio das malas. Tirem fotos a essa merda também que é para a malta se rir. E metam hashtags. Na peida.

Pronto, já desabafei.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Quem é que faz estes "Estudos" ?

Vamos lá a ver uma coisa.
Há mesmo pessoas que quando acordam de manhã, a vida delas é ir para um gabinete ler papelada que sustente teorias como: "A cerveja torna os homens mais inteligentes", "Comer chocolate emagrece" ou "As pessoas com mau feitio vivem mais tempo" ?
Há pais de família que se acham o Einstein por beberem meia grade de minis por dia? Há gordas deprimidas, tipo Jessica Athayde, a enfardarem tubos de Toblerone como se o mundo acabasse sexta-feira, para ver se ficam com a silhueta do Bruno Nogueira? Eu espero que não, pois a julgar pelo terceiro estudo que referi aí em cima, das pessoas com mau feitio, tenho duas ex-namoradas que vão viver até aos 185.
Esta semana já saíram mais dois estudos de merda: "Comer fruta e legumes todos os dias ajuda a ser mais feliz" e "As pessoas introvertidas não devem beber café".
Se comer banana e pepino trouxesse felicidade, a Erica Fontes era o Gustavo Santos. E se pessoas introvertidas como eu não bebessem café, as minhas entrevistas de emprego pareceriam o julgamento do Oscar Pistorius, mas comigo a chorar e sem a parte das próteses.
E é isto. Agora vou ali fazer uma pesquisa para perceber se há alguma relação entre a roupa interior cor de rosa e o cancro da próstata, ou se posso continuar a usar lingerie da Victoria's Secret.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Life Coach - Vol. II

Se há página de humor que sigo religiosamente é a do Gustavo Santos. Quando vejo as coisas que o Gustavo escreve, tenho sempre a sensação que estou perante um gajo que por ter lido a Tabuada do Ratinho acha que percebe de Álgebra de Linear. Só que com letras. O que é equivalente a alguém ler um livro da Margarida Rebelo Pinto e, só por isso, achar que sabe escrever como o Murakami. Se tudo fosse assim tão fácil, todos tocaríamos viola como a Mafalda Veiga, mas a verdade é que a música não se pode reduzir a dois acordes.
Quando olho para as frases do Gustavo - aquelas mãos cheias de nada - fico com a ideia que ele transforma uma frase feita, num poema apaneleirado por palavras difíceis que aprendeu ao abrir o Dicionário da Porto Editora em páginas ao acaso. 
Até que, no Sábado, acordei e pensei para comigo: durante um dia vou seguir os conselhos do Gugu!
Levantei-me da cama, liguei o computador, e abri a página do Gustavo, onde li o seguinte: 

Se te pedirem para fazer alguma coisa com a qual não te identificas, diz "NÃO"!
Se te convidarem para ir a algum lado e não te apetecer, diz "NÃO"!
Se te obrigarem a dizer alguma coisa na qual não acreditas, diz "NÃO"!
Se te exigirem o que não és e o que não gostas, diz "NÃO"!
Se te tentarem convencer a comer ou a fazer o que não queres, diz "NÃO"!
E depois vê lá se a tua vida não se torna mais positiva!
No dia em que decidires ser dono de ti, acabam-se as concessões de uma vez por todas.
Bom dia!

Segui os seus conselhos, ponto por ponto, e basicamente o meu Sábado foi assim:

- Tinha um email do meu Director Geral a pedir para lhe tratar de um assunto com o qual não me identifico, e respondi-lhe apenas "NÃO!" 
- Uma rapariga num Bar perguntou-me se eu queria ir até casa dela barrar-lhe as virilhas com Nutella e brincar aos caniches com fome, e eu disse-lhe "NÃO!" que a música estava boa no Bar.
- A meio da Missa no Sábado à tarde, quando o padre disse "Oremos", desatei a correr pela Igreja fora a gritar "NÃÃÃÃÃÃOOO!"
- A mesma miúda do Bar voltou a insistir para que fosse a casa dela. Prometeu vestir-se de cabedal e deixar-me dar-lhe chicotadas nas costas enquanto lhe chamava "Júlia Pinheiro" e eu disse-lhe que "NÃO!", que não gostava dessas coisas do bondage.
- Tive um jantar de família no qual comecei a gritar "NÃO!" feito parvo quando me meteram feijão verde no prato. 

Sabes no que deu, Gustavo? Deu merda. Fui despedido, dormi sozinho no fim de semana, a minha avó diz que nunca mais me quer como companhia para ir à Missa (nem a lado nenhum), e no jantar de família meteram-me um babete e uma chucha ao pescoço. Logo a resposta é "NÃO!", a minha vida não se tornou mais positiva.

Bom dia para ti também.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

11 de Setembro

11 de Setembro. 
Uma data que será sempre lembrada por causa dos atentados. Seja pelos do World Trade Center, seja por ser a data em que o atentado de Seleccionador Nacional que nós tínhamos foi finalmente enviado para a real meretriz que o deu à luz. Não sei se viram o jogo com a Albânia, mas foi uma experiência semelhante a enfardar uma caixa de Prozac enquanto se ouve um CD de Sigur Rós. 
Hoje foi também o dia em que o Oscar Pistorius foi ilibado de acusações relativas ao homicídio da ex-namorada. Sempre que penso neste gajo, lembro-me daquela piada de "a relação deles não ter pernas para andar". Mas também dou sempre comigo a pensar que não gostaria nada de andar a distribuir pizzas na zona de residência do Oscar. Qualquer gajo que toque à campaínha para lhe entregar uma Barbecue, está sujeito a ficar com os dentes chumbados.
É também hoje o dia em que finalmente deve ter passado a ressaca àquelas gajas de Erasmus que andaram a fazer striptease nos jardins da AAC na terça-feira à noite. Estudei quatro anos em Coimbra (3 + 1 de opção), e nunca tive o privilégio de ver por lá umas mamas a badalar. No meio da rua, claro. Em recintos fechados vi para cima de doze. Pares. 
Miúdas que vêm lá da casa do caraças mais velho, apanham-se com calor, packs de 7 finos a 5€, e umas colunas a passarem o "You can leave your hat on" do Joe Cocker, e estavam à espera do quê? Que elas se virassem para Meca e começassem a rezar? Ou que fizessem uma campanha de Free Hugs? Só se fosse com a patareca. 

- Knock Knock!
- Who's there?
- Mr. Pistorius, Telepizza!
CABUM!

sábado, 23 de agosto de 2014

Feijoada da Revista Caras

Ando desconfiado de que o Jet Set nacional também faz cocó. 
Não, não apanhei a Cinha ou a Lili a limparem o rabo numa casa de banho do Meo Spot, com papel higiénico Renova Folha Dupla (coisa de rico, papel de folha dupla). Li foi que a revista Caras organizou um jantar para essa malta que nasceu com os glúteos virados para o satélite natural, e tal não é o meu espanto quando reparo que a ementa da refeição, ao invés de composta por Filet Alto com Aligot, Cordeiro Marinado au Caffé Créme de Paris, ou Vol-au Vent com Creme de Camarão, foi composta por.. feijoada.
Logo, palpita-me que esta malta deve ter dois intestinos grossos: além daquele na cabeça, bem patente sempre que abrem a boca, devem ter outro igual aos nossos, que também ajuda a "digerir" repastos tão pesados quanto um manjar composto por feijão e enchidos. Nem consigo imaginar como terá sido o After Hours, mas calculo que não tenha primado pelo glamour...
Gabriel García Márquez diz, e bem, que "No dia em que a merda tiver algum valor, os pobres nascerão sem cu." Eu acrescentaria, se o Gabriel não se importasse, que nesse dia a fina-flor da sociedade começará a cagar de meia em meia hora..  
Que conversa de merda. Vou ali comer qualquer coisa.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

My Talking Tom

A minha prima instalou-me a aplicação "My Talking Tom" no iPad. De início pensei que fosse apenas para se entreter durante umas horas, mas foi pior que isso. É que no dia em que ela se foi embora daqui - dia em que eu contava desfazer-me para sempre do pequeno gato - na despedida pediu-me que tomasse conta do felino. Tal pedido colocou-me perante um dilema moral: se por um lado tenho receio de, quando regressar das férias, estar numa reunião de trabalho e que o gato comece a miar a pedir para ir mijar, ou para lhe coçar a barriga, por outro sei que se apagar o "Tareco" do meu iPad vou ficar com remorsos por não ter cumprido a minha promessa a uma criança de 7 anos.
A questão que coloco é: a partir de quando é eticamente correcto da minha parte desfazer-me do iGato? Ainda por cima anda por aí malta tão obcecada com os maus tratos aos animais, que tenho receio de que, se me desfizer do "Tom", comece a circular a minha foto pelas redes sociais com uma descrição do género "Esse monstro apagou o Talking Tom do seu iPad! Quem acha que lhe devemos cortar os testículos com uma lâmina de barbear põe 'like', quem acha que devemos roçar-lhe as costas com uma forquilha compartilha!"
Pior que tudo: a minha família já me começa a olhar de lado, apesar de terem conhecimento do motivo pelo qual o gato electrónico está no meu iPad. Olham-me com aquele olhar de "Já não tens idade para brincar com isso", mas eu não lhes ligo. Eu sei que, apesar de já ir no nível 8, não sou infantil.
Agora vou arrumar o Lego e perguntar à minha mãe se hoje à noite podemos ir ao Circo.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Rokudenashiko

Enquadramento: esta notícia aqui.
A minha questão é: quem é que acorda um dia de manhã e pensa: "Agora apetecia-me ovos mexidos, sumo de laranja, e construir um caiaque com a forma da minha patareca!" Mais: quem é que quer ter um caiaque com a forma de uma vajaija? Vamos supor que, efectivamente, um dia destes eu acordava e me apetecia comprar um caiaque com a forma da vagina de uma nipónica. Acontece-me frequentemente. Onde é que eu me dirigia? Desconfio que não vendam disto na Decathlon. Outra questão: como é que se faz a manutenção de um caiaque em forma de vagina? É só lavar com água e puxar o lustro com Gino Canesten?
O mais estranho no meio desta história, é que a senhora conseguiu arranjar financiamento para andar com o projecto para a frente. Isto deixa-me com vontade de ir também iniciar uma campanha de crowdfunding para andar com um projecto que trago há anos na minha cabeça: construir um navio de cruzeiro, com a forma do meu pirilau, à escala real.
Segundo consta, o nome artístico da Senhora é "Rokudenashiko", que significa "rapariga que não serve para nada". Além de parecer o nome que uma tribo africana daria à prostituta da aldeia, é um bocado parvo, porque esta rapariga já provou que serve para alguma coisa. Nem que seja para ter ideias de merda. 
Se "o pénis é parte da cultura actual", e a ideia é fazer com que "a vagina deixe de ser assunto tabu na sociedade", nós podíamos emprestar a Erica Fontes aos japoneses por um mês e juntava-se o útil ao agradável: promovia-se a cultura e acabava-se com os tabus. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Life Coach, não é?

Então é assim: estou cheio de merdas para fazer, mas não consigo fazer de conta que aquilo a que acabei de assistir não se passou. Regra geral, quando muita gente comenta e partilha o mesmo vídeo, eu não o vejo, porque sofro daquele transtorno de "vergonha alheia": incomoda-me ver pessoas a fazerem figuras de parvas. Ainda assim, e após ter resistido bastante, lá acabei por ver o vídeo do Gustavo Santos, o Personal Life Cenas Coach Manager.
Depois de ver parte do vídeo, a verdade é que tive saudades dos tempos em que o Gustavo andava na SIC Mulher, a remodelar casas de banho em prédios na Amadora. Sim, estou a falar daquele programa em que o Gustavo aparecia com um camião cheio de homens, a quem chamava "Queridos", prontos a transformar qualquer palheiro no Castelo da Princesa da Reboleira. 
Eu nem sei o que diga. Quando o oiço a falar e a gesticular daquela maneira, aquilo faz-me lembrar uma Missa de Domingo, dada por aquele rapaz que achava que os males do mundo se resolviam a "bater punho". Tentei ouvir o que ele tinha para dizer, mas parei naquela parte em que diz, e passo a citar: "O grande responsável não é o violador: é o passivo". Com esta mentalidade, se um dia o Gustavo for preso, e deixar cair o sabonete no duche da prisão, certamente que se irá sentir responsável quando um indivíduo o apanhar de cócoras e lhe remodelar o.. a.. cuzinha. Aliás, até podiam aproveitar a embalagem, para fazer um programa chamado "Querido, escavaquei-te o cuzinho!"
E pronto, não vi mais que 1:25m de vídeo. Mas estava a gostar tanto dos gestos do Gustavo, que fiz um exercício: tirei o som. E fiquei a observá-lo a fazer gestos parvos, enquanto estava a ouvir o Telejornal na televisão. No fundo, meti o Gustavo a fazer de menina da interpretação gestual das notícias. E ri-me bastante. Agora sinto-me tão motivado, que vou ali enfiar-me no Corsa e atirar-me contra uma bomba de gasolina. Para celebrar a vida.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Os Adeptos (Com e Sem Paixão)

Acho piada à forma como certas pessoas vêem o futebol. E não estou a ser irónico: acho mesmo. Vou ser mais específico: refiro-me àquelas pessoas que lhe dão pouca importância. Seja o Sporting, o Porto ou o Benfica, ou seja a Selecção Nacional que esteja a jogar, existe quem consiga conceber o futebol sem o lado da paixão. São aquelas pessoas que, quando pontualmente se sentam ao nosso lado a espreitar um jogo (essas pessoas não vêem jogos: espreitam-nos), ou falam de bola socialmente à mesa do café, para entrarem nas conversas fazem os comentários clichê do género:

"Só fazem isto da vida e nem na baliza acertam.."
"É fora-de-jogo porquê..?"
"Jogaram bem.. mas tiveram azar.."

O adepto com paixão facilmente substituíria estas três frases pelas equivalentes:

"F*da-se, pane*eiro do c*ralh*, nem na p*ta da baliza acerta!!!"
"Aquele boi de mer*a 'tá sempre à mama!" 
"Não jogaram a ponta d'um c*ralh*! E o árbitro roubou-nos!".

Mas o adepto que vê o jogo sem o lado romântico, não. É diferente. Para estas pessoas não há a táctica nem a técnica. Não há o 4-4-2 nem o 4-3-3. Não há defesas, médios, nem avançados. Não há falhas de marcação nem dobras. Existem, apenas e só, 22 indivíduos num campo de futebol aos pontapés a uma bola.
Estes são os adeptos que, mesmo sabendo que o desfecho dos jogos de ontem não foi o desejável para Portugal, hoje foram trabalhar exactamente com a mesma cara de todos os dias, independentemente de a Selecção Nacional ter sido eliminada do Mundial 2014.
O adepto da paixão não. O adepto "do cachecol e da bandeira" está de trombas! Está com azia! Queria ter tido um pretexto para virar umas imperiais depois do jogo, e teve de ficar em casa a ver a telenovela da TVI com a mulher! O adepto da paixão hoje não vai querer ler jornais desportivos, nem ver na televisão pseudo-especialistas a analisarem o jogo ao pormenor, para perceberem onde é que a Selecção falhou! O adepto da paixão está lixado! Está fodido! 
Já o adepto sem paixão reage como eu reagiria numa exposição do Picasso: entrava no museu (a sala), olhava para o quadro (a televisão), e dizia algo do tipo "Gosto muito das cores..!" (o clichê). E depois saía do museu e retomava a minha vidinha. Com a mesma cara de todos os dias.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

A Miúda da Nespresso

Hoje foi a primeira vez que me envolvi sentimentalmente com sushi. Foi a primeira vez que experimentei sushi à séria. Já tinha dado uma rapidinha com um rolo num restaurante japonês nas Amoreiras, mas na altura jurei para nunca mais. Hoje, quase ano e meio depois, apareceram-me oito rolos de sushi diferentes em casa. E comi. Devagarinho. Um bocadinho de cada um. Com aquele molho esquisito cujo nome não me recordo, mas que se assemelha a um grito de guerra do Bruce Lee.
Mas a verdade é que me sinto uma besta, porque simplesmente os comi. Ser apreciador de sushi é muito mais do que enfiar os rolos pela goela abaixo: é observá-los, tirar-lhes fotografias para espalhar pelas redes sociais, e depois então comê-los, lentamente, para saborear cada bocadinho.
No fundo podia estabelecer um paralelismo entre comer sushi, e a minha ida hoje à loja da Nespresso. Fui lá para comprar uma ou duas chávenas, mas fui atendido por uma menina tão jeitosa, que acabei por trazer um conjunto de quatro que me custou o triplo do que pensava gastar. Acho que se em vez das chávenas ela me tivesse tentado vender droga, um vale de desconto em cremes depilatórios, ou um T6 na Buraca, eu teria comprado. É que enquanto ela falava, eu nem a ouvia, limitando-me a olhar para ela como um apreciador de sushi olha para um rolo: observava-a, apetecia-me tirar fotos com ela para meter nas redes sociais, para depois então comê-la, lentamente, para sab... ok, acho que já perceberam.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Rebranding

Tenho andado com excesso de coisas para fazer. Aliado ao trabalho, o facto de fazer questão de deitar o olho a quase todos os jogos do Mundial - estou neste momento a preparar-me para devorar um apaixonante Honduras vs Equador - também tem contribuído para que a frequência com que tenho actualizado o blog seja mais reduzida. É também por falta de tempo que continuo solteiro. Apesar de ser um espectáculo de gajo, esteticamente bastante agradável à vista, a verdade é que o mais próximo de uma vida romântica que tenho neste momento, são aqueles dois minutos do meu dia em que vou ao Instagram ver as fotos da namorada do Ronaldo (estou a falar da Irina, não é do Jorge Mendes) e da Sara Sampaio.
Ando a pensar fazer um "rebrand" à página de Facebook do Blog. Inicialmente a minha ideia era apenas partilhar lá os textos que escrevo aqui, mas a verdade é que a página acabou por seguir outro rumo, fruto de a minha cabeça estar permanentemente a pensar em merda. Nesse sentido, agora parece-me um bocado estúpido a página chamar-se "Quimera The Blog". E como vocês são pessoas fixes, bonitas e criativas, pensei em pedir-vos sugestões de nomes. Têm? Não, não lhe vou chamar "Mimikas", nem vos vou dar 50€ pelo serviço de consultoria. 
E pronto, agora vou ali torcer pelas Honduras, que apostei 1€ em como ganhavam o Mundial. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Deus Nosso Senhor e os arredondamentos

A minha experiência de vida leva-me a crer que sou um anti-fashion blogger. Não quero com isto dizer que não gostasse de dançar samba na horizontal com algumas fashion bloggers da nossa praça, até porque as há por aí bem fofinhas. Aliás, das primeiras coisas que reparo numa gaja é a forma como se veste. Mas detesto fazer compras, detesto saldos, detesto lojas, e detesto modas.
No Domingo fui comprar uns sapatos. Sou esquisito para burro, pelo que no total de três sapatarias que visitei, só vi uns sapatos de que gostasse minimamente. Pedi para experimentar o 43, que constatei que me ficava apertado. Depois pedi o 44, e ficava-me largo. Não é a primeira vez, nem a segunda, que me acontece: foi a terceira. Está cientificamente comprovado que o meu número deve ser o 43,5.
Quando tirei pela última vez Bilhete de Identidade, media 1,83m. Posteriormente, quando tirei o Cartão de Cidadão, e embora não estivesse já em fase de crescimento, media 1,84m. Ora, isto faz-me acreditar que a minha altura real deve ser de 1,835m.
Com isto chego à brilhante conclusão de que Deus me fez com a máxima precisão possível. Ao milímetro. Mas se por um lado soube ser tão meticuloso na altura de esboçar os contornos dos meus pés e da minha altura, a verdade é que quando foi para fazer outras partes do meu corpo, ele não teve mãos a medir na hora de me dotar. Foi tudo à grande e à francesa.

                                                          #PublicidadeEnganosa    

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Dar pérolas a porcos

Porquê este título no post, perguntam vocês.
Primeiro que tudo, porque é estúpido em si mesmo. Ninguém dá pérolas a porcos. Seria estúpido abordar um leitão para lhe dizer que lhe vamos enfiar um espeto de ferro do cu à boca, mas que lhe compramos um colarzinho de pérolas para atenuar o sofrimento, e para que fique mais bonito enquanto está a dar voltas a assar. A única forma de um porco ter em sua posse uma pérola, é se entrar por uma marisqueira a dentro e desatar a mamar ostras de empreitada. E mesmo assim não é certo que aconteça. Mas pronto, já me perdi. 
Este título vem a propósito do (suposto?) cancelamento do programa "Melhor do que Falecer", da TVI. Eu confesso que não sou particular entusiasta de tudo o que o Ricardo Araújo Pereira faz (e diz), mas a verdade é que meter um programa dele no horário nobre de um canal em que o público-alvo está habituado ao humor "Batanete" e do "Prédio do Vasco", é em si mesmo "dar pérolas a porcos". 
Quem segue com relativa proximidade o trabalho do RAP, facilmente percebe que o MQF surgiu quando se introduziu numa Bimby um bocadinho de "Gato Fedorento" e um bocadinho de "Mixórdia de Temáticas", se seleccionou 5 minutos/Varoma/Velocidade 3, e voilá.
Por isso, não era necessário ser um génio para perceber que a equação "Público do Gato Fedorento + Público das Manhãs da Comercial  Público que está à espera das Telenovelas da TVI."
Imaginem uma senhora de 80 anos, numa aldeia do interior, a ver pessoas a atirarem-se de cima de um prédio no episódio piloto, ou a ouvir a teoria de que deveria ser construída uma via para ciclopes (ciclopevia) em Lisboa, quando a única coisa que lhe interessa saber é se o Padre da "Belmonte" vai abandonar a paróquia por amor a uma miúda de 25 anos.

Portfólio

Há dias, em conversa com um amigo, este sugeria-me que criasse um portfólio com os textos que já escrevi nos blogs por onde passei. Segundo ele, este facto poderia jogar a meu favor quando, no futuro, me candidatasse a determinadas ofertas de emprego, nomeadamente na área da Comunicação. Ora, o que se depreende daqui é que até os meus melhores amigos me desejam ver ser enxovalhado. Imaginar o cenário de comparecer numa entrevista de emprego, com um portfólio de textos sobre os cascos da égua minha vizinha de cima, ou sobre recolhas de tampinhas para pôr uma banda gástrica na Adele, é coisa para me fazer corar mais, do que imaginar a Sara Sampaio a pedir-me para lhe passar protector solar nas nádegas, numa praia de Miami. Por norma não vou nervoso para entrevistas de emprego, mas a ideia de entrar num gabinete, com três anos de baboseiras metidos num portfólio, e esperar que me ofereçam um salário ao fim do mês por causa disso, é um optimismo semelhante ao de 90% dos jovens que compram preservativos antes de irem para a viagem de finalistas, e que acabam a estadia em Lloret del Mar a utilizá-los como balões de água que atiram da varanda do Hotel.
Resumindo e baralhando, mais depressa aparecia numa entrevista de emprego vestido com uma lingerie da Victoria's Secret, ou com um vestido do guarda-fatos da Joana Vasconcelos, do que com os textos que já escrevi debaixo do braço, sob forma de auto-atestado de estupidez. Acho que a vergonha seria menor.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Viagens de Comboio

Andar de comboio é sempre uma experiência fascinante. Então as viagens de Regional, que pára em todas as estações e apeadeiros, é capaz de ser uma experiência mais aterrorizadora do que ouvir um CD da Mafalda Veiga do princípio ao fim. Desde gramar com uma carruagem cheia de escuteiros aos berros, a indivíduos que se barricam na casa de banho do comboio para não pagarem bilhete, a gente que tenta parar o comboio de peito (sem sucesso), a tunas em que o grau de alcoolemia dos seus membros é coisinha para fazer inveja ao Jorge Palma num concerto, já apanhei de tudo. Mas nas viagens de comboio existem dois tipos de personagens que me fascinam particularmente.
O primeiro tipo são os pica-bilhetes. Não, não lhes chamo "revisores". Se os homens do lixo não são "colectores de resíduos" e se as prostitutas não são "profissionais da indústria sexual", também não vou dobrar a língua para falar destes senhores que - sem querer ferir susceptibilidades - têm um trabalho menos nobre que o dos homens do lixo. Que o das prostitutas já é mais discutível. Eu gosto do trabalho delas. 
Acho que os pica-bilhetes só deviam trabalhar três ou quatro horas por dia, como os controladores de tráfego aéreo. É que aquilo além de ser uma profissão que exige um elevado grau de concentração, é igualmente uma profissão de desgaste rápido. Entre calos nas mãos de picar tanto bilhete, a calos nos pés de tanto palmilharem as carruagens, e a calos nos tomates de tanto os coçarem, os picas deviam ter mais regalias. E ganhar mais. E ter uma comparticipação especial, ao nível do Serviço Nacional de Saúde, em todas as especialidades que tratem calos.
O segundo tipo de personagens que me fascina, são aquelas idosas que fazem bordado em ponto cruz. Como é que alguém com 115 anos, com 23 dioptrias em cada olho, que muitas das vezes só consegue reconhecer os familiares à apalpadela, e que treme mais do que o Cardozo a marcar um pénalti, consegue fazer aqueles bordados nos naperons, cheios de pormenores microscópicos, com o comboio em movimento? 

Pensem nisso.
* Texto retirado do Blog antigo.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Das palavras mal pronunciadas

Estava aqui sentado no meu sófá, a pensar no que haveria de escrever, e passaram-me um cem numbaro de temas pela cabeça. E a escolha acabou por recair num tema que a Rosa Cueca abordou hoje no Facebook do Blog dela: Runiões da Tupperware. Vá, é mentira. O tema foi o dos cidadões que pronunciam mal algumas palavras da língua portuguesa.
Abri uma cerveja (isto só funciona com gasoil), trinquei a minha sandes de mortandela, passei uma véstoria aos canais da TV, e como não estava a dar nada de jeito, tirei o borboto do meu imbigo, ajeitei os ócles, e meti mãos à obra.
Mal comecei a escrever, voceses não imaginam o que me aconteceu: deu-me uma cambria. A sério, grunhi para aqui que nem um porco em plena matança! E depois pensei: estou sozinho em casa, a gritar que nem um maricas, com a minha tshérte da Hello Kitty vestida. Estou a três gatos e um DVD do Diário da Nossa Paixão de distância de me tornar num rabeta da pior espécie, daqueles que comem seladas com paterrabas e bebem sumos detox. Eu sei que cada um usa o rabo como quer, mas, destrocando por miúdos, antes queria ter o meu cheio de almerródias, do que a jogar na mesma equipa que o Carriço. 
Enxuguei as lágrimas. Olhei para a TV e estava a dar o sorteio do Euromilhões. Peguei numa caneta para resistar os numbaros. Saiu o dezasseis. E a seguir o treuze. Nunca jogo no treuze. Puta que pariu as subrestições e mais o azar que não me deslarga.
Pensei para comigo: vou ter de me enterter com outra coisa qualquer. Mas o quê? E disse para mim mesmo: "Pedro! Estás poribido de ir outra vez gastar dinheiro a comprar artigos em sexshops online!" 
E prantes, aqui continuo no sófá, embrulhado nos meus pensamentos. Sabem, um dia hei-de ter uma vivenda germinada. Paredes meias com a da Sara Sampaio ou com a da Catarina Gouveia. Ou, quem sabe, com ambas as duas. Sigo-as no Instagram e fazem-me sorrir muitas vezes. E nem é pelas parteleiras! É mesmo pelas fotos que publicam das viagens, a lember gelados, ou a comer cachorros cheios de batatas, çabolamarionese (é só castrol, oh meninas!). E não, desqueçam lá essas ideias de que elas são "areia a mais para a minha caminete", porque voceses não sabem nem o tamanho do meu camião TIR, nem o da garage delas. Ou julgam que eu só consigo conquistar garotas de pograma?
Ah, e ainda falta um promenor. Prontes, agora já não falta. Já está tudo. Agora vou dormir, antes que tenha um ataque epilétrico por estar tanto tempo seguido ao computador. E tenho de despir a tshérte da Hello Kitty e vestir um pijama mais quente, que já estou para aqui a espilrar.

* As palavras sublinhadas foram sendo adicionadas ao texto original, por sugestão na caixa de comentários ou no Facebook do Blog. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Provadores de roupa

Eu não gosto de ir às compras. E quando as compras implicam a aquisição de roupa para este corpinho escultural, pior um pouco. Embora ir às compras sozinho não seja uma experiência tão cansativa quanto ir às compras com uma gaja, a verdade é que prefiro ter uma dor de dentes, do que ter de sair de casa para ir comprar calças. Mais do que o trauma de ter de me despir cada vez que quero experimentar uma peça de roupa numa loja, tenho trauma com os provadores. Quem desenha grande parte dos provadores das lojas de roupa, devia levar com um pano encharcado em merda na cara. Primeiro, porque partem do princípio que as pessoas que ali vão entrar têm em média 1,25m de altura. Para uma bestinha como eu, de 1.84m, tentar despir uma camisola num provador, é coisa para ter o mesmo aparato de meterem uma gorila com o cio dentro de uma casa do Portugal dos Pequenitos. 
Mas como se este desafio não fosse por si só suficiente, ainda existem aqueles provadores em que um gajo, além de não ter sítio para pendurar a roupa, também não tem sítio para se sentar. No fundo é como estar na solitária, mas sem sequer ter uma bacia para fazer as necessidades. Caros senhores: eu já não atiro roupa para o chão desde que me deixei de "dar" com as estudantes de Erasmus na Faculdade, pelo que não estou disposto a abdicar das minhas boas maneiras só por causa de um casaco de malha da Salsa, vale?

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Parabéns! *

Não sei se o universo está preparado para levar com a teoria que vou apresentar, por isso é melhor meterem um capacete antes de lerem as próximas linhas. E uma vez que dizem que a minha parvoíce contagia, podendo até engravidar, espero que as senhoras que me lêem andem a tomar a pílula, já que a informação com que as vou penetrar de seguida é digna das melhores revistas de investigação científica. Aos cavalheiros não vou penetrar, por uma questão de princípios e gostos pessoais.  
A minha teoria é a seguinte: o nível de proximidade que temos com alguém, é proporcional à quantidade de caracteres que essa pessoa nos dirige no dia do nosso aniversário. 
Pronto, já está. Magoei? Exemplos práticos com SMS/Mensagens via Facebook:

- A pessoa que não diz nada, obviamente não tem proximidade nenhuma ou então não passa de uma vaca (ou boi) mal criada(o).
- A pessoa que diz "Parabéns", é aquela que conhecemos algures não sabemos bem de onde, e que só contacta connosco no nosso aniversário porque o Facebook a avisa, e para quem o gesto é apenas uma obrigação moral imposta pelas novas tecnologias.
- A pessoa que diz "Parabéns!" (com ponto de exclamação), é aquela que volta e meia mete um 'like' numa publicação nossa, mas com quem nunca estamos ou conversamos.
- A pessoa que diz "Parabéns! Temos de ver se combinamos alguma coisa..!", é aquela pessoa com quem no passado tivemos proximidade, mas que presentemente já não temos interesse em que faça parte das nossas vidas, ou andamos a evitar.
- A pessoa que diz "Parabéns cabrão! Tás velho com'ó c**alh* ! Vê lá se dizes alguma coisa para a malta beber um copo e ir ver umas mulas!", é um ex-colega de Faculdade que provavelmente continua solteiro.
- A pessoa que diz "Parabéns! Estás cada dia mais lindo! Espero que sejas feliz e que o realizar dos teus desejos seja uma constante que paute o longo caminho que será a tua vida!", é a nossa mãe, pai, tia ou avó.
- A pessoa que diz "Pedro, és lindo, foste a melhor coisa que me aconteceu. Quero voltar a barrar-te com manteiga de amendoim e a lamber-te como um Cornetto", não entra para esta teoria. É de outra história.

Moral da história: em 95% das mensagens de "Parabéns" que enviamos ao longo do ano, damos connosco a pensar "Bem, o que é que hei-de escrever?". Mas quando essa mensagem é para um grande amigo ou familiar (os restantes 5%), as palavras nunca faltam. 

E sim, fiz anos na semana passada e vocês nem ai nem ui. Hão-de cá vir, minhas bestas. 

* Texto retirado do Blog antigo

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fantástico, Melga!

Pronto, é oficial: as putas das melgas chegaram. Há lá bicho mais irritante?
Dizem que as melgas picam umas pessoas mais que outras, por isso quero desde já aproveitar para agradecer a Deus, por ter feito de mim aquele 1 em cada 10 em quem as melgas arrefinfam o ferrão nem que eu tome banho em Raid Casa e Plantas.
Desde logo elas irritam porque são tão interesseiras quanto os turistas ingleses no Algarve: só aparecem em grande quantidade quando vem o calor. Se fizerem um zoom ao microscópio, aposto que as melgas até têm a marca do escaldão nas costas, usam sandália com meia branca, e deixam as filhas a dormir em casa quando vão jantar ao restaurante do aldeamento. 
Depois, porque para nos chupar sem pedir autorização, já chega o Governo nos impostos. Acho que se deve abominar um bicho que espera propositadamente que nós estejamos para adormecer, para desferir vôos rasantes a fazer aquele zumbido irritante que todos vós tão bem conheceis, e que certamente já vos fez iniciar diversas caçadas a meio da noite. Alguma vez as ouviram fazer este barulho durante o dia? Claro que não. Elas esperam pela noite para nos pousarem no ecrã do computador ou da TV, feitas putas, e depois levantarem vôo e fazerem um gajo andar com cara de psicopata, com a Nova Gente dobrada ao meio na mão, a olhar para tudo quanto é parede. 
Por último, irritam porque quando lhes limpamos o sarampo, enfiando-lhes com um chinelo (ou com a Nova Gente) pelo trombil a dentro, ficam espapaçadas no sítio do homicídio, mergulhadas numa poça de sangue que nos caga por completo as paredes. Aposto que elas quando morrem, mesmo já espalmadas na parede, estão ainda assim a fazer-nos aquele gesto obsceno, que se faz com o dedo médio, a mandar-nos para o...
Grandes putas. 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Bacalhau com grelos

Há coisas no Facebook que me transcendem. São tão espertos para me sugerirem publicidade que vai de encontro aos meus interesses, mas por outro lado são tão trapeços na hora de me sugerirem miúdas para adicionar e seguir, que possam vir a ser as mães dos meus filhos.
Eu, que sou um bichinho requintado, se tivesse que escolher um perfil de gaja para me recomendar, seria algo do género: "Morena, de olhos verdes, entre os 25 e os 32, a partir de 1,70m, com classe, e cerca de 500 amigos." Já o Facebook, entende que o perfil indicado para mim são "Badalhocas mamalhudas, entre os 15 e os 18 anos, que tiram selfies a fazer cara de pato, e com cerca de 35 mil seguidores". Ora, se o tipo de gajas que me interessa fosse este, já me tinha ido entregar à prisão da Carregueira, e estaria neste momento a brincar ao quarto escuro com o Cruz e o Ritto. A menos que haja ali alguma coisa que não bate certo, o Facebook vê-me como uma espécie de Rei Ghob, mas sem aquela parte de ter uma casa a fazer lembrar a Alice no País das Maravilhas, para onde atraio crianças oferecendo-lhes chupa-chupas do Noddy. 
Por isso, oh Zuckerberg, vê lá se fazes alguma coisa por mim, ou então corres sério risco de eu trocar a tua redezeca social, com meia dúzia de utilizadores, pelos classificados do Correio da Manhã. Ao menos lá, quando vejo um perfil, já sei ao que é que vou. Sim, porque desconfio que uma gaja que se descreve como "Jovem Safadinha Envolvente Sexy Oral Prazer de Grelo" não me vá propriamente convidar para ir comer sushi. No máximo é bacalhau. Com grelos.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Condescendência

Foi há sensivelmente um ano atrás que isto aconteceu. Estava eu em Santa Apolónia, a fazer tempo para apanhar o comboio, e entrei num café que existe dentro da estação. Quando me encontrava na fila do pré-pagamento, entrou um senhor, invisual, com uma bengala. Entrou café a dentro, em passo apressado, com a bengala 'a dar a dar' de um lado para o outro, à procura de objectos no caminho dos quais se desviar, mas a primeira coisa que encontrou no raio de acção da bengala foram as pernas de uma senhora. A senhora olhou para ele, com ar indignado, mas ao ver que ele era cego nada lhe disse. E ele continuou, a "varrer" com a bengala, acertando em mim de seguida: primeiro na minha mala, e depois também nas pernas. Também eu olhei para ele e nada lhe disse. Afinal de contas, ele era cego.
Durante alguns dias pensei naquele episódio. E cheguei à conclusão de que, apesar de ter sido o cego que entrou café a dentro com a bengala em riste, a varrer de um lado para o outro, as verdadeiras bestas quadradas foram a senhora e eu, que levamos com as bengaladas nas pernas e não abrimos a boca. E porquê? Porque este silêncio, esta condescendência do "Não lhe vamos dizer nada porque ele é cego", acaba por ser em si mesma uma atitude discriminatória. No fundo significa "Não o vamos tratar como um igual, porque ele é diferente". Não o vamos mandar para a puta que o pariu, porque ele é cego.
Onde quero chegar com isto? Ao que se passou na edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção, em que uma Europa que atravessa uma fase delicada, teve receio de ser acusada de discriminar um travesti, e votou em massa numa música só porque a cantora tinha barba rija. 
A questão que coloco é: esta condescendência para com uma minoria (os travestis), ao invés de a julgar em igualdade de circunstâncias com o restante todo (neste caso, os concorrentes dos outros países), não é em si mesma um acto discriminatório? Não terá sido uma espécie de "Vamos votar na Conchita, só para mostrar que não somos preconceituosos?" Não é igual a não mandar o cego para a puta que o pariu, só porque ele é.. cego? Ou será que a música da Áustria era, de facto, assim tão melhor que as outras? Se acham que era, peço desculpa por vos ter roubado estes três minutos de vida. 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Turismo" em Ponte de Lima

Viram o que se passou hoje em Ponte de Lima, com um painel electrónico de promoção do Turismo? Uns malandrões meteram o dito cujo a passar pornografia, no meio de uma Praça, e, segundo consta, os populares que se aproximaram para ver aquele "espectáculo" não arredavam pé! Palpita-me que hoje o stock de Viagra vai esgotar no distrito de Viana do Castelo, e que algumas senhoras de idade vão finalmente voltar a pegar em coisas compridas e rijas que não as enxadas. Eu acho que a Câmara Municipal de Ponte de Lima deveria aproveitar o que se passou para atrair turistas. Lembram-se daquele slogan do Turismo de Portugal que era "Vá para fora cá dentro"? Podiam adaptá-lo. Espalhavam imagens da Erica Fontes, descascada, de perna aberta, com um cartaz a dizer "Venha-se para fora, cá dentro", e iam começar a haver mais peregrinações a Ponte de Lima, do que a Fátima no 13 de Maio. E sim, também iria haver quem "peregrinasse" de joelhos, ou com "paus grandes" na mão, pois a minha ideia era construir em Ponte de Lima um "santuário" do género do Red Light District, em Amesterdão. Já estou a ver o Nuno Eiró a entrevistar idosas para aqueles programas de Domingo à tarde, a perguntar-lhes se tinham ido ali ao Festival da Lampreia, e as velhinhas a dizerem que não, que tinham ido para ver o espectáculo de um indivíduo do Senegal, a escavacar duas gémeas tailandesas. Pessoalmente, até me dava jeito que andassem com esta ideia rapidamente, porque recebi hoje o reembolso do IRS e estava capaz de ir investir nisto. Em "Turismo".

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sabrina vs Sandália e Meia Branca #2

O post anterior fez-me acreditar novamente no amor. Foram especificamente os comentários que vocês lá deixaram que me fizeram acreditar que "a tal" pode andar por aí. Passo a explicar: eu não tenho muita paciência para gajas mal dispostas, nem para pãezinhos sem sal. E a verdade é que as senhoras que comentaram o post anterior, revelaram ter a mesma sensibilidade de um pescador das Caxinas, ou do tubo de vaselina que tenho aqui na mesa de cabeceira. Num post em que eu falo de sabrinas e do desaparecimento da Maddie, todas optaram por comentar a parte das sabrinas. Acharam mais importante que eu percebesse quais os benefícios da utilização de um tipo de calçado, do que fazer-me entender que não se brinca com assuntos tão sérios como o de um casal inglês que limpou o sarampo à filha, numas férias no Algarve, só porque ela não queria usar meia branca. E é precisamente isso que vos torna tão especiais, e que me faz acreditar que mais vale ter dez ou quinze 'leitoras comentadeiras' como vocês, do que três autocarros cheios de meninas de coro, que ficam ofendidas quando eu escrevo sobre trânsito intestinal. Vocês são mulheres de barba rija, que estão preparadas para suportar piadas sobre espancamento de focas bebés, ou sobre os benefícios da violência doméstica quando praticada com jeitinho.
Honra seja feita ao único comentário masculino, o do camarada Nunes, que foi a excepção à regra: optou por falar sobre a Maddie. Provavelmente porque ele (ainda) não usa sabrinas. 
E agora o último a meter like na página de Facebook do Blog é um ovo podre.
E não, o tubo de vaselina não é para nada isso.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Sabrina vs Sandália e Meia Branca

Sabem o que é que me indigna mais ainda do que ter 24 amigos que gostam da página da Mafalda Veiga no Facebook, ou do que ver um cachalote de leggings a subir umas escadas à minha frente? Ver gajas de sabrinas. Eu sei que 85% das pessoas que lêem esta tentativa de Blog são mulheres, e que desse público provavelmente 97% usam sabrinas, mas a seguir a umas Crocs, são a coisa mais desenxabida que uma mulher pode meter nos pés. As sabrinas têm tudo para ser más: são esteticamente feias (aquele laçarote à frente faz-me sempre lembrar os sapatinhos que a Heidi deve usar no meio das montanhas quando vai comprar pão); são pouco higiénicas (com 30º, usar um calçado assim sem meias, deve ser coisa para fazer os pés chegarem ao fim do dia a cheirar a queijo da serra), além de que duvido que sejam confortáveis e seguras (são tão finas, que se pisarem um prego com elas, vão sangrar mais do que uma galinha num arroz de cabidela). 
E agora apetece-me falar sobre a Maddie. "Ah, mas o que é que a Maddie tem a ver com sabrinas?" Nada. Então a rapaziada da Scotland Yard vem para o Algarve fazer "escavações" para ver se encontram a miúda? Durante o Inverno investigam teses de rapto, para não terem de tirar a peida do escritório, mas no Verão arranjam sempre uma tese de merda para vir para o Algarve apanhar sol. Se estão à espera de encontrar um esqueleto de um metro e vinte, de sandália com meia branca, podem tirar o cavalinho da chuva. Continuo a acreditar naquela teoria dos que dizem que a miúda já foi avistada em tanto sítio, que a Scotland Yard devia abandonar a tese de homicídio e apostar na tese de InterRail.
E não. Deixem-se de merdas. As sabrinas não são confortáveis. Mal por mal, antes sandálias com meia branca. À turista britânico. Estamos juntos, Madeleine!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

#somostodosgordos

Às vezes sinto-me sozinho. Antigamente havia mais gente como eu: gordos, feios, que passam o dia inteiro ao computador a ver pornografia, e que só saem de casa para ir comprar porcarias para comer, ou revistas com artigos sobre Diablo e World of Warcraft. Agora sou só eu. As restantes pessoas da Blogosfera são magras, giras, e escrevem textos sobre moda, jogging, dietas, ginásios e sumos com consistência semelhante à de um pacote de Cerelac misturado com três colheres de sopa de água. E eu para aqui continuo, a embadochar, dia após dia. Estou uma bola. Estou muito gordo. Tão gordo que a minha respiração fica ofegante só do esforço de coçar os tomatinhos meia dúzia de vezes ao dia. E vocês aí, todos giros e elegantes, cheios de corridinhas e ginásios e suminhos. Como eu gostava de também poder gritar aos sete ventos que sou um pão heterossexual, apesar de fazer aulas de Zumba dois dias por semana, e de usar calças de licra para correr. Invejo-vos. Mas um dia isto vai acabar. Um dia vou deixar de me empanturrar em merda e vou ser delgadinho como vocês. Sim, um dia também hei-de ter o colesterol abaixo dos 400. E deixarei de beber cerveja da parte da manhã, e de enfardar pacotes de Pringles o dia inteiro. Um dia vou ser como vocês. Um dia. Aliás, eu gosto tanto de comer, que tenho pena que não tenham atirado com uma cabeça de leitão assado, ou uma travessa de cozido à portuguesa, ao Daniel Alves. É que eu não me contento com uma banana. Sabe-me a pouco. Bananinhas é para vocês, maltinha do ginásio, que bebem iogurtes para regular o trânsito intestinal porque não podem dar puns. Eu não. O meu trânsito intestinal bem pode parecer a segunda circular em hora de ponta, que eu vou-me estar a cagar. Para isso.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Spoiler: este post acaba no fim.

Vamos lá a ver se a gente se entende: aquela merda de irem para as redes sociais, logo à segunda-feira de manhã, contar quem é que pegou sífilis a quem no Californication, ou quem é que foi decapitado no Game of Thrones no Domingo à noite, não tem jeitinho nenhum. Zero. Não tem ponta por onde se lhe pegue.
"Ah, mas o King Joffrey emborcou um copo de tinto envenenado, que até lhe iam saltando os olhos das órbitas.." - Guardem para vocês, amigos. "Ah, e o Hank Moody, que afinal tem outro filho?" - Menos rapaziada, menos. Gostavam que no dia do vosso casamento, o Padre, após comunicar com o Divino, vos anunciasse que daí a dois meses o vosso recém-marido já vos iria estar a meter os palitos com a instrutora de Ioga do 4º Esquerdo? Ou que vos dissessem que a loira boazona e bem cheirosa com quem começaram a sair, vai afinal começar a sofrer de prisão de ventre crónica daí a umas semanas? Isso de fazer spoilers depois de ver as coisas é muito fácil. Difícil é acertarem como é que se vai chamar o filho da Mafalda e do Kapinha. Aliás, quero aproveitar para louvar a iniciativa do casal, porque se o Djaló e a Luciana tivessem feito o mesmo, talvez ainda tivéssemos chegado a tempo de evitar que baptizassem os filhos com nomes científicos de plantas carnívoras. 
Só para me vingar das pessoas que me brindam constantemente com spoilers, cá vai disto: este fim de semana vi os dois volumes do filme "Ninfomaníaca", e é sobre uma gaja que é viciada em sexo. Inchem! Gostaram? É bom não é? E agora estão alguns de vocês a pensar: "Ah, oh Pedro.. já tinhas escrito essa no Facebook do Blog!" Lá está: não se riram porque já sabiam como acabava a piada, não foi? É mais ou menos o que acontece às outras pessoas quando vocês escarrapacham spoilers no mural do Facebook.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Faltam 58 dias (e uma Geleira) para o Verão *

Faltam menos de dois meses para o Verão, por isso acho que deviam começar a pensar em emagrecer. E em comprar as vossas geleiras. Sim, estou a falar daquele objecto azul cueca, que os emigrantes e as típicas famílias tugas, em que o pai tem bigode farfalhudo, usam. E porquê? Por diversos motivos.
O primeiro motivo é porque, se no percurso até ao local da praia onde pretendem arrefinfar os glúteos na areia se sentirem fatigados, a geleira serve perfeitamente para alaparem as vossas bundas esculturais em cima dela e descansarem as varizes. Depois, porque na geleira podem guardar e transportar todos os objectos que levam para a praia: desde toalhas, a raquetes, bolas, livros, os vossos filhos ou irmãos mais novos, tudo cabe numa geleira. Mas não só: a geleira é igualmente adequada para quem leva revistas e jornais, uma vez que faz com que as notícias sejam permanentemente frescas.
Além disso, a utilização da geleira faz com que não se sinta preocupação em abandonar a toalha para ir ao banho, uma vez que não há qualquer problema de se deixarem carteiras, telemóveis, óculos e outros objectos de valor no interior da mesma. Acham que algum larápio é suficientemente bimbo para roubar uma geleira e desatar a correr praia fora? Qualquer indivíduo que preze a sua masculinidade, prefere ter de andar com uma tanga de leopardo a vender pepinos numa praia do Algarve em Agosto, do que ser apanhado a correr com uma geleira na mão.
Por último, para quem faz campismo nas férias de Verão, a geleira é também um excelente contraceptivo, uma vez que se tiverem uma dentro da tenda, a probabilidade de "facturarem" é bastante mais reduzida.
E por fim, algumas mentes menos criativas dizem que também dá para transportar alimentos e bebidas. Mas isso é um bocado parvo. Eu acho.
* Texto retirado do Blog antigo. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Diz-me como falas ao telemóvel, dir-te-ei quem és!

Não simpatizo com pessoas que falam alto ao telemóvel. Sim, estou a falar daquele tipo de gente que acha que deve utilizar na conversação um nível de decíbeis proporcional à distância a que o receptor está de si. O que acaba por suceder, é que a pessoa fala para o telemóvel como se tal objecto fosse um idoso octogenário sem aparelho auditivo, fazendo inevitavelmente com que todas as pessoas à sua volta ouçam a conversa.
Acontece que se eu quisesse saber da vida dos outros, lia aquele tipo de revistas que vocês, pessoas simples e pouco instruídas, tanto apreciam, e que para alguém letrado como eu, não passam de literatura para arrear o calhau. Arrear o calhau.. no pinhal. Porque em casa sempre tive papel higiénico, e nunca precisei de limpar o meu escultural rabo a uma página de revista que dê conta do novo hit musical de uma ex-concorrente da Casa dos Segredos, com um indivíduo africano. O meu rabo merece melhor que isso. Merece um papelinho mais suave, e de folha dupla. Vá, agora parem lá de pensar no meu rabo. Ladies, hold your orgasms please!
Eu pertenço a outro leque de pessoas quando falo ao telemóvel: àquelas que percorrem para aí 8 Km’s, às voltas, de um lado para o outro, enquanto estão a falar com uma pessoa que está a 2 Km’s de distância, em linha recta. O que, vendo bem as coisas, também é um bocado parvo. Não sei porque é que isto acontece. É instintivo. E ao mesmo tempo uma questão de respeito pelo objecto, já que ele se chama “telemóvel” e não "telenãomexasapeida". Mas é igualmente uma questão de saúde e bem-estar. Senão vejamos: se vocês fizessem o mesmo, talvez estivessem um bocadinho mais magros. Sim, porque com esses bandulhos a que chamam "barriguinha", bem podem andar duas vidas a mamar daqueles sumos de espinafres com kiwis, que a coisa não vai lá.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Os estupefacientes (des)entopem a veia criativa?

A Publicidade está em todo o lado. Da televisão ao email, passando pela caixa do correio e mais recentemente até pelos vídeos na internet, é difícil concebermos uma hora da nossa existência sem de alguma forma sermos confrontados com publicidade. Para quem consome pornografia, às vezes pode até tornar-se bastante desagradável, porque ao estar uma pessoa pronta para ver o vídeo de um um rapaz do Zimbabué a escavacar duas gémeas suecas, aparece um anúncio a medicamentos para regular o trânsito intestinal a dar cabo do clima.
Mas existem alguns anúncios que ficam mais na retina do que outros. E há uma marca que a mim me fascina particularmente. Agora é aquela parte em que vocês, pessoas eruditas e entendidas em matéria de Publicidade, estão a pensar que falo da Optimus, da PT ou da Vodafone. Mas não. Estou a falar da Milka!
Vacas lilases a pastarem nos Alpes, é coisinha para me deixar a pensar que os escritórios da Milka devem ser uma espécie de Woodstock dentro de quatro paredes. Por que raio é que o símbolo de uma marca de chocolates é uma vaca lilás? Provavelmente, porque na altura dos sócios escolherem a imagem da empresa, tinham posto pouco tabaco e a "cena" estava a bater muito. E quase que aposto que o processo criativo da imagem da marca "A Vaca que Ri" não deve ter sido muito diferente, havendo uma única nuance: é que aí a vaca também fumou.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Sumos Detox

Ia eu a descer as escadas do prédio, quando dei com um líquido esverdeado, com uma consistência esquisita, em dois degraus. Pensei para comigo: bem, das duas uma: ou a vizinha da frente foi passear a bebé, e a miúda ia a perder molho da fralda; ou então já anda alguém aqui no prédio a beber sumos detox! Pronto, nada disto aconteceu. Foi só uma maneira bonita (?) e elegante (!) que encontrei de fazer uma analogia entre o conteúdo da fralda de um recém nascido, e aquelas bebidas que muitas pessoas acham que lhes purificam as entranhas. Eu quando olho para aquele misto de hortaliças, pepinos, couves e kiwis centrifugados, lembra-me sempre que deve ser mais ou menos aquilo que o Hulk vê quando está constipado e olha para o lenço depois de se assoar. Vá, garotada. Se querem purificar o interior, vão à Igreja e emborquem a pia da água benta. Agora isso de misturar ingredientes numa liquidificadora, com o mesmo critério de quem faz a grelha da programação da TVI, tem de acabar. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

As Fashion Bloggers também comem caracóis.

Não tarda está aí o segundo boom anual de corrida aos ginásios. O primeiro, no início do ano, veio em jeito de resolução de Ano Novo de muito boa gente. O segundo, chega agora em meados de Maio e início de Junho, por parte de pessoas que querem estar esculturais em Agosto. Ao mesmo tempo do segundo boom anual de corrida aos ginásios, vem também o boom anual de corrida aos caracóis. Até aquelas mulheres que trazem toalhetes desinfectantes na carteira, ou as que forram as sanitas dos WC dos espaços públicos com papel higiénico antes de se sentarem, comem caracóis como se fosse a coisa mais higiénica do mundo. Como se meter na boca um bicho asqueroso, que vive no meio da ranhoca, e que traz as fezes agarradas ao próprio corpo, fosse coisa chique. Aposto que até algumas Fashion-Bloggers comem caracóis. E que, em plena esplanada, os chupam de uma tal forma, que o barulho provocado pela sucção do molho de ranhoca do interior da casca de um único molusco, se assemelha a snifar uma embalagem inteira de Capri-Sonne com o nariz. Vá rapaziada, mais calminha nisso. Os caracóis não precisam que os chupem com o entusiasmo de quem faz sexo oral ao Clooney ou à Scarlett. Até porque se lhes apetecer, eles possuem o aparelho genital ao lado da boca. Não sabiam desta, pois não? Estão sempre a aprender comigo.

Fotos tipo-passe? Nunca mais. *

Estou pior que estragado. Fui alvo de chacota por parte de um fotógrafo chamado Tony. Ainda por cima Tony com "y". Na verdade fui eu que me meti a jeito. Salvo seja. Precisava de tirar fotos tipo-passe, e ao entrar no estabelecimento do senhor Tony, que tem fotografias, máquinas fotográficas, molduras e rolos fotográficos na montra, saio-me com o seguinte rasgo de génio sobre a forma de palavras: "Desculpe, tira fotografias?", ao que o Tony me responde com: "Olhe bem à sua volta, o que é que acha?" (Tony 1 - 0 Pedro)
Fiquei a matutar na estupidez da minha questão, e na contrastante notável resposta do provável "Senhor António", durante algum tempo. Tempo suficiente para me mentalizar de que, futuramente, voltarei àquele espaço e perguntarei ao Tony se tem bifes do lombo, só para ele não ter a mania que é esperto. 
Sentei-me para tirar a fotografia. Notei que me tinha esquecido de tirar a carteira do bolso de trás. Levantei-me e pousei-a num banco preto que estava ao meu lado. O Tony, fanfarrão, sai-se com: "Carteira preta num banco preto, aposto que se vai esquecer dela aí..". O Tony acabava de me dar uma aberta para restabelecer a igualdade que eu não podia desperdiçar. "Então se eu deixasse aqui a carteira, como é que lhe pagava à saída? Em versos do Bocage?" (Tony 1 - 1 Pedro)
Volto a sentar-me. O Tony aponta a objectiva na minha direcção. Quando se preparava para tirar a fotografia, diz-me, e passo a citar: "Humedeça os lábios.Não percebi se foi uma tentativa da parte dele em fazer o 2-1, ou se é uma prática corrente no mundo da fotografia. Na verdade, preferi ficar na ignorância. Não fosse ele ainda querer que lhe pagasse em miminhos..

* Uma vez por semana publico um texto retirado do Blog antigo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Julgar um livro pela capa.

É comum dizer-se que não devemos julgar um livro pela capa. Diz-se nos mais variados contextos, como por exemplo a propósito da gorda do 3º Direito, cujas banhas a sair para fora das calças nos fazem lembrar a parte de cima do muffin que comemos ao lanche. No fundo, a expressão significa que o facto de ela se parecer com um cachalote prestes a parir, não quer dizer que interiormente não seja a Madre Teresa de Calcutá. Também ouvimos dizer que 'não devemos julgar um livro pela capa', quando nos levam a comer sushi pela primeira vez. Como se comer peixe cru enrolado em arroz, nos levasse a ter uma epifania que nos fosse fazer acreditar que os bifes de vaca com batatas fritas deviam ter sido extintos no século XVII.
Eu cá não gosto da expressão, sobretudo quando utilizada no sentido literal. É que eu julgo os livros pela capa. Aliás, esse é o critério principal para que um indivíduo estúpido, parvo e sem cultura como eu, pegue num livro. Quem me vê numa Bertrand com ar de especialista, mal sabe que por baixo deste meu ar de intelectual está uma criança, cujo critério na hora de escolher os livros está nas cores e na bonecada da capa. No fundo, se uma besta como eu entrar numa livraria sem nenhum livro recomendado, é mais provável trazer para casa o último do "Bob o Construtor", do que qualquer livro do Saramago, cujas capas são bastante enfezadinhas.
e por ter falado em saramago e aproveitando o embalo quero dizer-vos que me irrita profundamente esta nova mania de os escritores tentarem vincar uma imagem de marca recorrendo a especificidades ao nível da escrita como a não utilização de alguns sinais de pontuação. ou de letras maiúsculas no início das frases. não sei como conseguem. !esquerda a para direita da escrever a começam dia Qualquer

sábado, 5 de abril de 2014

Ribatexas, um universo paralelo. *

O homem ribatejano tem uma particularidade que o define, além dos oito centímetros a mais no pénis: tem mais amor ao carro do que à própria esposa. Ribatejano que é ribatejano, todos os fins de semana sai religiosamente de casa para lavar o carro, fazendo com que a frequência de lavagem do veículo seja muitas vezes superior à frequência de "lavagem" do seu próprio corpo. Aliás, o homem ribatejano preocupa-se mais em lavar o carro ao fim de semana, do que em levar a esposa e os filhos a passear. Não é à toa que aqui no Ribatejo, já desde o Estado Novo que o lema "Deus, Pátria, Família" foi substituído pelo ainda actual "Deus, Vinho Tinto, Automóvel". E o facto de Deus aparecer em primeiro lugar nesta tríplice, continua a ser bastante discutível nos dias de hoje. 
Ribatejano que é ribatejano não lava o seu veículo nas lavagens automáticas, porque tem medo que a máquina o risque. Ribatejano que é ribatejano muda o pinheiro de cheiro do carro semanalmente. Uma embalagem de toalhetes para limpar o tablier do carro dura uma semana a um ribatejano. No entanto, um rolo de papel higiénico em casa é coisinha para lhe durar aí seis meses. O ribatejano enche o reservatório da água do carro três vezes por semana, mas, se a mulher lhe pedir para pegar numa garrafa de água e regar as flores, o mais provável é ele mandá-la para casa da alcoviteira que a deu à luz (recorrendo ao equivalente calão "ir para a puta que a pariu"). E for falar na relação do ribatejano com a esposa, quando um ribatejano bate com o carro, a culpa é sempre da mulher dele. Quer ela esteja no veículo, quer não esteja. Se estiver é porque o distraiu, se não estiver é porque devia estar e não estava.

                                           * Uma vez por semana publico um texto retirado do Blog antigo.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Não Me Toca (Estou com Gripe) !

Afinal de contas o Dia das Mentiras foi hoje ou foi no Domingo? Não era suposto termos adiantado a hora dos relógios para passarmos ao "Horário de Verão"? Qual é a parte de "Verão" no meio deste novo "horário"? Sou apologista de que no Dia das Mentiras não se deve acreditar em nada, nem confiar em ninguém. No fundo devemos adoptar a mesma postura que deveríamos ter nos restantes dias do ano. Se assim fosse, eu não teria acreditado na conversa do "Horário de Verão", e no Domingo não tinha saído à rua de bikini, mini-saia e chinela havaiana, como forma de prestar homenagem à recém chegada do Equinócio. Sim, às vezes dá-me a maluqueira e visto saias e bikinis. Fiz a depilação nas virilhas e tudo, para não se ver a farfalheira a sair debaixo da cueca, mas mais valia ter estado a cultivar matagal mais um mês ou dois. É que este meu "soltar da franga", aliado ao facto de o São Pedro estar sem fraldas para a incontinência, fez com que aqui este rapagão se constipasse.
O Fernando Pessoa dizia que "Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol". Eu responder-lhe-ia assim: "Nos tomates é que é, Fernando!". Acredito que para um gajo que tinha heterónimos tal fosse verdade, uma vez que quando um se constipava, ele podia ser um dos outros três, e assim escusava de andar todo ranhoso, a mamar Mebocaínas e Ilvico Antigripal de oito em oito horas. Mas aqui para este poeta que vos escreve, um dia de chuva não passa de uma grande caca. Sobretudo porque as defesas do meu organismo devem ser mais fraquinhas que a dupla de centrais 'Reyes-Abdoulaye'.
E pronto, para aqui estou embrulhado numa manta, com lenços e pastilhas para a garganta ao lado. E para não deprimir, vou pensando em coisas que me fazem feliz, como imaginar o Anselmo Ralph e a Alexandra Lencastre a discutirem Economia Internacional, ou o Malato vestido de pijama de Verão. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

I'm on the Highway to Hell! *

Não sou uma daquelas pessoas que acordam com mau humor. Mas se há coisas que conseguem acelerar os meus 50 batimentos cardíacos por minuto, são as crianças irritantes logo pela fresca. Os personagens: uma miúda pequenina, a mãe e a avó. A acção decorre entre as 8:30 e as 9:30 manhã, num comboio para Lisboa. O comboio está para chegar. Faltam dois minutos. A mãe e a avó estão em amena cavaqueira, enquanto a miúda, com uns óculos fundo de garrafa, anda a grunhir qualquer coisa de um lado para o outro. Ao fundo avista-se o comboio. A mãe e a avó continuam em amena cavaqueira. A miúda debruça-se sobre a linha para ver melhor o comboio, e a mãe e a avó 'nem fava nem tremoço'. Não, infelizmente a miúda não caiu à linha. Se bem que me dava jeito, pois além de acabar já aqui o post, teria tido um pretexto válido para não ter que me deslocar à capital.
Entramos no comboio. No banco à minha frente uma gaja feia dorme, enquanto um fio de baba lhe escorre pelo canto da boca. Sexy. As três da vida airada sentam-se no banco logo a seguir. O comboio, Regional, começa a parar em todas as estações e apeadeiros, como mandam as regras. A miúda questiona: "Pukéku combói vai xó a pará?". A avó, voz da experiência, responde: "O comboio vai parando para ganhar força para depois continuar a viagem..". Eu penso para comigo: "Tá bonito.. mais valia ela ter caído à linha, que sempre morria menos estúpida..". Adiante.
A miúda continua a observar tudo ao seu redor. Dispara a seguir: "Olha, vai ali ôta menina a drumir!". A avó responde: "Tu também podes dormir..", como se a miúda precisasse de uma qualquer espécie de autorização para fechar os olhos. A gaja à minha frente guincha qualquer coisa, limpa a baba, e vira-se para o outro lado. A mãe da miúda vira-se para ela e pergunta: "Sabes porque é que as cegonhas fazem o ninho lá no alto?" - apontando para o cimo de uma chaminé, num dos apeadeiros. Eu penso: "Finalmente a miúda vai aprender alguma coisa..". A mãe responde: "Porque assim, quando acenderem a chaminé, ela e os filhotes vão estar quentinhos..."
Eu penso: "Afinal deviam ter caído as três à linha.."
A gaja à minha frente morre afogada em baba. 
O comboio pára. Chegamos. Finalmente.

                                            * Frase Nicola: "Um dia por semana publico um texto retirado do Blog antigo. Hoje é o dia!"

terça-feira, 25 de março de 2014

Da Crimeia a Carrazeda de Ansiães

Desconfio que os próximos tempos serão agitados do ponto de vista político. Nas próximas semanas a comunidade internacional terá de aprender a lidar com importantes acontecimentos, tais como a anexação da Crimeia por parte da Rússia, e a música que Portugal vai levar ao Festival da Canção.
Eu posso não ter tido nada a ver com aquela merda, mas, pela parte que me toca, quero pedir desde já desculpa aos nossos camaradas Europeus que vão ter de levar com aquela chinfrineira. Não percebo esta necessidade que temos, ano após ano, de nos humilharmos a nós próprios no palco Europeu. Afinal de contas, se era para isso, mais valia termos deixado o Portas a Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Levar a Susy ao Festival da Canção é um erro tão grande quanto seria a Sara Sampaio um dia acordar e decidir que queria mudar de sexo e chamar-se Jorge. Ou quanto foi terem partido do princípio que o avião das Linhas Aéreas da Malásia havia sido engolido pela Adele. Eu até acho bem que o nosso país aposte na exportação de azeite, mas não desta maneira. Se é para exportar azeite de má qualidade, mais vale os senhores do Gallo começarem a encher as garrafinhas com urina de cavalo, do que mandar a 'Suze' para a Eurovisão. Até porque o lugar da 'Suze' não é na Eurovisão: é naqueles programas de Domingo à tarde, que me fazem regularmente rezar para que se esbardalhe um meteorito contra o Festival de Enchidos de Moimenta da Beira, ou que caia um relâmpago em cheio no microfone do Nuno Eiró, em plenas festas da Maçã de Carrazeda de Ansiães.