terça-feira, 27 de maio de 2014

Das palavras mal pronunciadas

Estava aqui sentado no meu sófá, a pensar no que haveria de escrever, e passaram-me um cem numbaro de temas pela cabeça. E a escolha acabou por recair num tema que a Rosa Cueca abordou hoje no Facebook do Blog dela: Runiões da Tupperware. Vá, é mentira. O tema foi o dos cidadões que pronunciam mal algumas palavras da língua portuguesa.
Abri uma cerveja (isto só funciona com gasoil), trinquei a minha sandes de mortandela, passei uma véstoria aos canais da TV, e como não estava a dar nada de jeito, tirei o borboto do meu imbigo, ajeitei os ócles, e meti mãos à obra.
Mal comecei a escrever, voceses não imaginam o que me aconteceu: deu-me uma cambria. A sério, grunhi para aqui que nem um porco em plena matança! E depois pensei: estou sozinho em casa, a gritar que nem um maricas, com a minha tshérte da Hello Kitty vestida. Estou a três gatos e um DVD do Diário da Nossa Paixão de distância de me tornar num rabeta da pior espécie, daqueles que comem seladas com paterrabas e bebem sumos detox. Eu sei que cada um usa o rabo como quer, mas, destrocando por miúdos, antes queria ter o meu cheio de almerródias, do que a jogar na mesma equipa que o Carriço. 
Enxuguei as lágrimas. Olhei para a TV e estava a dar o sorteio do Euromilhões. Peguei numa caneta para resistar os numbaros. Saiu o dezasseis. E a seguir o treuze. Nunca jogo no treuze. Puta que pariu as subrestições e mais o azar que não me deslarga.
Pensei para comigo: vou ter de me enterter com outra coisa qualquer. Mas o quê? E disse para mim mesmo: "Pedro! Estás poribido de ir outra vez gastar dinheiro a comprar artigos em sexshops online!" 
E prantes, aqui continuo no sófá, embrulhado nos meus pensamentos. Sabem, um dia hei-de ter uma vivenda germinada. Paredes meias com a da Sara Sampaio ou com a da Catarina Gouveia. Ou, quem sabe, com ambas as duas. Sigo-as no Instagram e fazem-me sorrir muitas vezes. E nem é pelas parteleiras! É mesmo pelas fotos que publicam das viagens, a lember gelados, ou a comer cachorros cheios de batatas, çabolamarionese (é só castrol, oh meninas!). E não, desqueçam lá essas ideias de que elas são "areia a mais para a minha caminete", porque voceses não sabem nem o tamanho do meu camião TIR, nem o da garage delas. Ou julgam que eu só consigo conquistar garotas de pograma?
Ah, e ainda falta um promenor. Prontes, agora já não falta. Já está tudo. Agora vou dormir, antes que tenha um ataque epilétrico por estar tanto tempo seguido ao computador. E tenho de despir a tshérte da Hello Kitty e vestir um pijama mais quente, que já estou para aqui a espilrar.

* As palavras sublinhadas foram sendo adicionadas ao texto original, por sugestão na caixa de comentários ou no Facebook do Blog. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Provadores de roupa

Eu não gosto de ir às compras. E quando as compras implicam a aquisição de roupa para este corpinho escultural, pior um pouco. Embora ir às compras sozinho não seja uma experiência tão cansativa quanto ir às compras com uma gaja, a verdade é que prefiro ter uma dor de dentes, do que ter de sair de casa para ir comprar calças. Mais do que o trauma de ter de me despir cada vez que quero experimentar uma peça de roupa numa loja, tenho trauma com os provadores. Quem desenha grande parte dos provadores das lojas de roupa, devia levar com um pano encharcado em merda na cara. Primeiro, porque partem do princípio que as pessoas que ali vão entrar têm em média 1,25m de altura. Para uma bestinha como eu, de 1.84m, tentar despir uma camisola num provador, é coisa para ter o mesmo aparato de meterem uma gorila com o cio dentro de uma casa do Portugal dos Pequenitos. 
Mas como se este desafio não fosse por si só suficiente, ainda existem aqueles provadores em que um gajo, além de não ter sítio para pendurar a roupa, também não tem sítio para se sentar. No fundo é como estar na solitária, mas sem sequer ter uma bacia para fazer as necessidades. Caros senhores: eu já não atiro roupa para o chão desde que me deixei de "dar" com as estudantes de Erasmus na Faculdade, pelo que não estou disposto a abdicar das minhas boas maneiras só por causa de um casaco de malha da Salsa, vale?

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Parabéns! *

Não sei se o universo está preparado para levar com a teoria que vou apresentar, por isso é melhor meterem um capacete antes de lerem as próximas linhas. E uma vez que dizem que a minha parvoíce contagia, podendo até engravidar, espero que as senhoras que me lêem andem a tomar a pílula, já que a informação com que as vou penetrar de seguida é digna das melhores revistas de investigação científica. Aos cavalheiros não vou penetrar, por uma questão de princípios e gostos pessoais.  
A minha teoria é a seguinte: o nível de proximidade que temos com alguém, é proporcional à quantidade de caracteres que essa pessoa nos dirige no dia do nosso aniversário. 
Pronto, já está. Magoei? Exemplos práticos com SMS/Mensagens via Facebook:

- A pessoa que não diz nada, obviamente não tem proximidade nenhuma ou então não passa de uma vaca (ou boi) mal criada(o).
- A pessoa que diz "Parabéns", é aquela que conhecemos algures não sabemos bem de onde, e que só contacta connosco no nosso aniversário porque o Facebook a avisa, e para quem o gesto é apenas uma obrigação moral imposta pelas novas tecnologias.
- A pessoa que diz "Parabéns!" (com ponto de exclamação), é aquela que volta e meia mete um 'like' numa publicação nossa, mas com quem nunca estamos ou conversamos.
- A pessoa que diz "Parabéns! Temos de ver se combinamos alguma coisa..!", é aquela pessoa com quem no passado tivemos proximidade, mas que presentemente já não temos interesse em que faça parte das nossas vidas, ou andamos a evitar.
- A pessoa que diz "Parabéns cabrão! Tás velho com'ó c**alh* ! Vê lá se dizes alguma coisa para a malta beber um copo e ir ver umas mulas!", é um ex-colega de Faculdade que provavelmente continua solteiro.
- A pessoa que diz "Parabéns! Estás cada dia mais lindo! Espero que sejas feliz e que o realizar dos teus desejos seja uma constante que paute o longo caminho que será a tua vida!", é a nossa mãe, pai, tia ou avó.
- A pessoa que diz "Pedro, és lindo, foste a melhor coisa que me aconteceu. Quero voltar a barrar-te com manteiga de amendoim e a lamber-te como um Cornetto", não entra para esta teoria. É de outra história.

Moral da história: em 95% das mensagens de "Parabéns" que enviamos ao longo do ano, damos connosco a pensar "Bem, o que é que hei-de escrever?". Mas quando essa mensagem é para um grande amigo ou familiar (os restantes 5%), as palavras nunca faltam. 

E sim, fiz anos na semana passada e vocês nem ai nem ui. Hão-de cá vir, minhas bestas. 

* Texto retirado do Blog antigo

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fantástico, Melga!

Pronto, é oficial: as putas das melgas chegaram. Há lá bicho mais irritante?
Dizem que as melgas picam umas pessoas mais que outras, por isso quero desde já aproveitar para agradecer a Deus, por ter feito de mim aquele 1 em cada 10 em quem as melgas arrefinfam o ferrão nem que eu tome banho em Raid Casa e Plantas.
Desde logo elas irritam porque são tão interesseiras quanto os turistas ingleses no Algarve: só aparecem em grande quantidade quando vem o calor. Se fizerem um zoom ao microscópio, aposto que as melgas até têm a marca do escaldão nas costas, usam sandália com meia branca, e deixam as filhas a dormir em casa quando vão jantar ao restaurante do aldeamento. 
Depois, porque para nos chupar sem pedir autorização, já chega o Governo nos impostos. Acho que se deve abominar um bicho que espera propositadamente que nós estejamos para adormecer, para desferir vôos rasantes a fazer aquele zumbido irritante que todos vós tão bem conheceis, e que certamente já vos fez iniciar diversas caçadas a meio da noite. Alguma vez as ouviram fazer este barulho durante o dia? Claro que não. Elas esperam pela noite para nos pousarem no ecrã do computador ou da TV, feitas putas, e depois levantarem vôo e fazerem um gajo andar com cara de psicopata, com a Nova Gente dobrada ao meio na mão, a olhar para tudo quanto é parede. 
Por último, irritam porque quando lhes limpamos o sarampo, enfiando-lhes com um chinelo (ou com a Nova Gente) pelo trombil a dentro, ficam espapaçadas no sítio do homicídio, mergulhadas numa poça de sangue que nos caga por completo as paredes. Aposto que elas quando morrem, mesmo já espalmadas na parede, estão ainda assim a fazer-nos aquele gesto obsceno, que se faz com o dedo médio, a mandar-nos para o...
Grandes putas. 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Bacalhau com grelos

Há coisas no Facebook que me transcendem. São tão espertos para me sugerirem publicidade que vai de encontro aos meus interesses, mas por outro lado são tão trapeços na hora de me sugerirem miúdas para adicionar e seguir, que possam vir a ser as mães dos meus filhos.
Eu, que sou um bichinho requintado, se tivesse que escolher um perfil de gaja para me recomendar, seria algo do género: "Morena, de olhos verdes, entre os 25 e os 32, a partir de 1,70m, com classe, e cerca de 500 amigos." Já o Facebook, entende que o perfil indicado para mim são "Badalhocas mamalhudas, entre os 15 e os 18 anos, que tiram selfies a fazer cara de pato, e com cerca de 35 mil seguidores". Ora, se o tipo de gajas que me interessa fosse este, já me tinha ido entregar à prisão da Carregueira, e estaria neste momento a brincar ao quarto escuro com o Cruz e o Ritto. A menos que haja ali alguma coisa que não bate certo, o Facebook vê-me como uma espécie de Rei Ghob, mas sem aquela parte de ter uma casa a fazer lembrar a Alice no País das Maravilhas, para onde atraio crianças oferecendo-lhes chupa-chupas do Noddy. 
Por isso, oh Zuckerberg, vê lá se fazes alguma coisa por mim, ou então corres sério risco de eu trocar a tua redezeca social, com meia dúzia de utilizadores, pelos classificados do Correio da Manhã. Ao menos lá, quando vejo um perfil, já sei ao que é que vou. Sim, porque desconfio que uma gaja que se descreve como "Jovem Safadinha Envolvente Sexy Oral Prazer de Grelo" não me vá propriamente convidar para ir comer sushi. No máximo é bacalhau. Com grelos.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Condescendência

Foi há sensivelmente um ano atrás que isto aconteceu. Estava eu em Santa Apolónia, a fazer tempo para apanhar o comboio, e entrei num café que existe dentro da estação. Quando me encontrava na fila do pré-pagamento, entrou um senhor, invisual, com uma bengala. Entrou café a dentro, em passo apressado, com a bengala 'a dar a dar' de um lado para o outro, à procura de objectos no caminho dos quais se desviar, mas a primeira coisa que encontrou no raio de acção da bengala foram as pernas de uma senhora. A senhora olhou para ele, com ar indignado, mas ao ver que ele era cego nada lhe disse. E ele continuou, a "varrer" com a bengala, acertando em mim de seguida: primeiro na minha mala, e depois também nas pernas. Também eu olhei para ele e nada lhe disse. Afinal de contas, ele era cego.
Durante alguns dias pensei naquele episódio. E cheguei à conclusão de que, apesar de ter sido o cego que entrou café a dentro com a bengala em riste, a varrer de um lado para o outro, as verdadeiras bestas quadradas foram a senhora e eu, que levamos com as bengaladas nas pernas e não abrimos a boca. E porquê? Porque este silêncio, esta condescendência do "Não lhe vamos dizer nada porque ele é cego", acaba por ser em si mesma uma atitude discriminatória. No fundo significa "Não o vamos tratar como um igual, porque ele é diferente". Não o vamos mandar para a puta que o pariu, porque ele é cego.
Onde quero chegar com isto? Ao que se passou na edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção, em que uma Europa que atravessa uma fase delicada, teve receio de ser acusada de discriminar um travesti, e votou em massa numa música só porque a cantora tinha barba rija. 
A questão que coloco é: esta condescendência para com uma minoria (os travestis), ao invés de a julgar em igualdade de circunstâncias com o restante todo (neste caso, os concorrentes dos outros países), não é em si mesma um acto discriminatório? Não terá sido uma espécie de "Vamos votar na Conchita, só para mostrar que não somos preconceituosos?" Não é igual a não mandar o cego para a puta que o pariu, só porque ele é.. cego? Ou será que a música da Áustria era, de facto, assim tão melhor que as outras? Se acham que era, peço desculpa por vos ter roubado estes três minutos de vida. 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Turismo" em Ponte de Lima

Viram o que se passou hoje em Ponte de Lima, com um painel electrónico de promoção do Turismo? Uns malandrões meteram o dito cujo a passar pornografia, no meio de uma Praça, e, segundo consta, os populares que se aproximaram para ver aquele "espectáculo" não arredavam pé! Palpita-me que hoje o stock de Viagra vai esgotar no distrito de Viana do Castelo, e que algumas senhoras de idade vão finalmente voltar a pegar em coisas compridas e rijas que não as enxadas. Eu acho que a Câmara Municipal de Ponte de Lima deveria aproveitar o que se passou para atrair turistas. Lembram-se daquele slogan do Turismo de Portugal que era "Vá para fora cá dentro"? Podiam adaptá-lo. Espalhavam imagens da Erica Fontes, descascada, de perna aberta, com um cartaz a dizer "Venha-se para fora, cá dentro", e iam começar a haver mais peregrinações a Ponte de Lima, do que a Fátima no 13 de Maio. E sim, também iria haver quem "peregrinasse" de joelhos, ou com "paus grandes" na mão, pois a minha ideia era construir em Ponte de Lima um "santuário" do género do Red Light District, em Amesterdão. Já estou a ver o Nuno Eiró a entrevistar idosas para aqueles programas de Domingo à tarde, a perguntar-lhes se tinham ido ali ao Festival da Lampreia, e as velhinhas a dizerem que não, que tinham ido para ver o espectáculo de um indivíduo do Senegal, a escavacar duas gémeas tailandesas. Pessoalmente, até me dava jeito que andassem com esta ideia rapidamente, porque recebi hoje o reembolso do IRS e estava capaz de ir investir nisto. Em "Turismo".

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sabrina vs Sandália e Meia Branca #2

O post anterior fez-me acreditar novamente no amor. Foram especificamente os comentários que vocês lá deixaram que me fizeram acreditar que "a tal" pode andar por aí. Passo a explicar: eu não tenho muita paciência para gajas mal dispostas, nem para pãezinhos sem sal. E a verdade é que as senhoras que comentaram o post anterior, revelaram ter a mesma sensibilidade de um pescador das Caxinas, ou do tubo de vaselina que tenho aqui na mesa de cabeceira. Num post em que eu falo de sabrinas e do desaparecimento da Maddie, todas optaram por comentar a parte das sabrinas. Acharam mais importante que eu percebesse quais os benefícios da utilização de um tipo de calçado, do que fazer-me entender que não se brinca com assuntos tão sérios como o de um casal inglês que limpou o sarampo à filha, numas férias no Algarve, só porque ela não queria usar meia branca. E é precisamente isso que vos torna tão especiais, e que me faz acreditar que mais vale ter dez ou quinze 'leitoras comentadeiras' como vocês, do que três autocarros cheios de meninas de coro, que ficam ofendidas quando eu escrevo sobre trânsito intestinal. Vocês são mulheres de barba rija, que estão preparadas para suportar piadas sobre espancamento de focas bebés, ou sobre os benefícios da violência doméstica quando praticada com jeitinho.
Honra seja feita ao único comentário masculino, o do camarada Nunes, que foi a excepção à regra: optou por falar sobre a Maddie. Provavelmente porque ele (ainda) não usa sabrinas. 
E agora o último a meter like na página de Facebook do Blog é um ovo podre.
E não, o tubo de vaselina não é para nada isso.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Sabrina vs Sandália e Meia Branca

Sabem o que é que me indigna mais ainda do que ter 24 amigos que gostam da página da Mafalda Veiga no Facebook, ou do que ver um cachalote de leggings a subir umas escadas à minha frente? Ver gajas de sabrinas. Eu sei que 85% das pessoas que lêem esta tentativa de Blog são mulheres, e que desse público provavelmente 97% usam sabrinas, mas a seguir a umas Crocs, são a coisa mais desenxabida que uma mulher pode meter nos pés. As sabrinas têm tudo para ser más: são esteticamente feias (aquele laçarote à frente faz-me sempre lembrar os sapatinhos que a Heidi deve usar no meio das montanhas quando vai comprar pão); são pouco higiénicas (com 30º, usar um calçado assim sem meias, deve ser coisa para fazer os pés chegarem ao fim do dia a cheirar a queijo da serra), além de que duvido que sejam confortáveis e seguras (são tão finas, que se pisarem um prego com elas, vão sangrar mais do que uma galinha num arroz de cabidela). 
E agora apetece-me falar sobre a Maddie. "Ah, mas o que é que a Maddie tem a ver com sabrinas?" Nada. Então a rapaziada da Scotland Yard vem para o Algarve fazer "escavações" para ver se encontram a miúda? Durante o Inverno investigam teses de rapto, para não terem de tirar a peida do escritório, mas no Verão arranjam sempre uma tese de merda para vir para o Algarve apanhar sol. Se estão à espera de encontrar um esqueleto de um metro e vinte, de sandália com meia branca, podem tirar o cavalinho da chuva. Continuo a acreditar naquela teoria dos que dizem que a miúda já foi avistada em tanto sítio, que a Scotland Yard devia abandonar a tese de homicídio e apostar na tese de InterRail.
E não. Deixem-se de merdas. As sabrinas não são confortáveis. Mal por mal, antes sandálias com meia branca. À turista britânico. Estamos juntos, Madeleine!